Maringá é uma cidade com
temperaturas altíssimas e com muitos praticantes de corrida, você sabe quais
são as implicações do calor principalmente na prática da corrida? Existem
muitas publicações e artigos sobre esse fator e uma que achei muito interessante
parte de um trabalho publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e
Saúde, vou fazer aqui um resumo para facilitar o entendimento desse artigo
muito técnico e específico.
A resposta do organismo ao calor
ocorre de duas formas: Dissipação do calor gerado e Manutenção da circulação do
sangue de forma adequada. Rowell (1974) fez uma pesquisa onde comparou os
ajustes do organismo em duas situações uma com temperatura em 43° e outra com
25°. Nessa comparação constatou as
seguintes diferenças, na temperatura mais elevada: Maior temperatura
retal,diminuição da pressão arterial, menor resistência, redução do fluxo
sanguíneo, aumento da resistência vascular, aumento da concentração de lactato,
redução do fluxo sanguíneo total, aumento da frequência cardíaca.
Dentre essas alterações a que
mais nos interessa é a mudança do fluxo de sangue da região central do
organismo para a periferia, ou seja, para a pele, isso diminui o aporte de
sangue para o fígado, coração e músculos que são necessários na prática física
desta forma causando uma elevação dos batimentos do coração para um mesmo ritmo
de corrida. Confira no quadro a baixo a relação da temperatura com o aumento da
frequência cardíaca.
Essa maior frequência no calor
faz com que o organismo comece mais cedo a produção de lactato fazendo com que
a capacidade de trabalho diminua drasticamente. Outro fator que afetará e muito
o desempenho é a perda de líquidos pela transpiração, fator aumentado em
atividades de caráter aeróbico como a corrida. Caso essa perda líquida não seja
combatida pode levar a um choque térmico segundo SAWKA,1992.
Para MCARDLE, “ o objetivo
primário da reposição de líquidos é manter o volume plasmático, para que a
circulação e transpiração possam prosseguir em níveis ótimos.
E um fator muito interessante
demonstrado em um estudo por Pills e citado por COYLE & MONTAIN, 1992 é que
essa reposição deve ser realizada da forma correta, nesse estudo em
temperaturas por volta de 39° foi comparada três formas de ingestão líquida:
Sem ingestão líquida, com ingestão a critério do avaliado e com ingestão
controlada pelo pesquisador. Constatou-se nesse estudo que a falta de líquidos
acarreta em uma perda de rendimento e a hidratação controlada pelo avaliador em
tempos específicos que nesse caso ficou em 200 ml de água a cada 15 minutos de
atividade mostrou um melhor resultado final de performance.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFwVTWaux7xBpiNhESxa1CG4gbDNn5K3NEpwFeD81Tssg1jirZnxDXFdUEq0ym96CrDo6jK0mYIHCTCg-43-S6cYCoMpG60-CF5EUD4RG1RAybGb-mjCc5TkEcAIMVkoJIwwwD-6TlpCM/s1600/Per%25C3%25ADodo+de+base.jpg)
Podemos concluir que toda a
reposição de perdas de água ou energia (carboidratos ) e sais minerais (sódio e
potássio) deve sempre ser reposta e que no calor á uma inversão na importância
das mesmas, pois muita glicose no sangue pode levar a uma desidratação
ocasionada pela demora no esvaziamento gástrico. Em temperaturas ideais essa
reposição de carboidratos e sais minerais gerará um ganho muito grande de
rendimento.
Outro fator importante é após o
treino em dias muito quentes iniciar a hidratação com bebidas isotônicas para
repor o sódio e potássio eliminados pelo suor. Uma banana também ajuda e muito
a repor esses minerais. Evitar tomar somente água após o treino evitando assim
a hiponametria que pode levar a um infarto devido à diluição do sódio e
potássio no sangue.
![]() |
Luciano Andrade 44 99381043 |
A melhor forma de se hidratar é
fazer da forma correta evitando assim a ingestão de substâncias que em vez de
melhorar o rendimento pode fazê-lo piorar, verifique sempre a temperatura antes
de sair para treinar e faça uma programação
de hidratação do treino em questão.
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