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25 de outubro de 2016

Correndo em dias quentes implicações do Calor.



Maringá é uma cidade com temperaturas altíssimas e com muitos praticantes de corrida, você sabe quais são as implicações do calor principalmente na prática da corrida? Existem muitas publicações e artigos sobre esse fator e uma que achei muito interessante parte de um trabalho publicado na Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, vou fazer aqui um resumo para facilitar o entendimento desse artigo muito técnico e específico.
A resposta do organismo ao calor ocorre de duas formas: Dissipação do calor gerado e Manutenção da circulação do sangue de forma adequada. Rowell (1974) fez uma pesquisa onde comparou os ajustes do organismo em duas situações uma com temperatura em 43° e outra com 25°. Nessa comparação constatou  as seguintes diferenças, na temperatura mais elevada: Maior temperatura retal,diminuição da pressão arterial, menor resistência, redução do fluxo sanguíneo, aumento da resistência vascular, aumento da concentração de lactato, redução do fluxo sanguíneo total, aumento da frequência cardíaca.
Dentre essas alterações a que mais nos interessa é a mudança do fluxo de sangue da região central do organismo para a periferia, ou seja, para a pele, isso diminui o aporte de sangue para o fígado, coração e músculos que são necessários na prática física desta forma causando uma elevação dos batimentos do coração para um mesmo ritmo de corrida. Confira no quadro a baixo a relação da temperatura com o aumento da frequência cardíaca.

Essa maior frequência no calor faz com que o organismo comece mais cedo a produção de lactato fazendo com que a capacidade de trabalho diminua drasticamente. Outro fator que afetará e muito o desempenho é a perda de líquidos pela transpiração, fator aumentado em atividades de caráter aeróbico como a corrida. Caso essa perda líquida não seja combatida pode levar a um choque térmico segundo SAWKA,1992.
Para MCARDLE, “ o objetivo primário da reposição de líquidos é manter o volume plasmático, para que a circulação e transpiração possam prosseguir em níveis ótimos.
E um fator muito interessante demonstrado em um estudo por Pills e citado por COYLE & MONTAIN, 1992 é que essa reposição deve ser realizada da forma correta, nesse estudo em temperaturas por volta de 39° foi comparada três formas de ingestão líquida: Sem ingestão líquida, com ingestão a critério do avaliado e com ingestão controlada pelo pesquisador. Constatou-se nesse estudo que a falta de líquidos acarreta em uma perda de rendimento e a hidratação controlada pelo avaliador em tempos específicos que nesse caso ficou em 200 ml de água a cada 15 minutos de atividade mostrou um melhor resultado final de performance.
Um outro fator muito interessante quando falamos de hidratação está relacionada a reposição de eletrólitos, através de bebidas isotônicas. Existem diversos autores a favor dessa reposição e outros contra alegando que a perda de sódio e potássio pelo suor é mínima e que uma boa alimentação pós treino daria conta de recuperar essas reservas.  Outro fator muito importante em relação a isotônicos e repositores de carboidratos os famosos géis é que uma concentração acima de 3 a 5g/100ml causa uma demora no esvaziamento gástrico podendo em temperaturas muito elevadas ajudar na desidratação do organismo devido a demora em liberar líquidos para a corrente sanguínea. Os autores KATCH & MSARDLE relatam quem em temperaturas extremas 38° ou mais a reposição de água deve ser mais efetiva que a reposição de glicose, pois nesse caso a perda líquida causaria uma maior perda de rendimento pela diminuição do fluxo plasmático. O professor ASTRAND , também corrobora com essa especificação para dias muito quentes.
Podemos concluir que toda a reposição de perdas de água ou energia (carboidratos ) e sais minerais (sódio e potássio) deve sempre ser reposta e que no calor á uma inversão na importância das mesmas, pois muita glicose no sangue pode levar a uma desidratação ocasionada pela demora no esvaziamento gástrico. Em temperaturas ideais essa reposição de carboidratos e sais minerais gerará um ganho muito grande de rendimento.
Outro fator importante é após o treino em dias muito quentes iniciar a hidratação com bebidas isotônicas para repor o sódio e potássio eliminados pelo suor. Uma banana também ajuda e muito a repor esses minerais. Evitar tomar somente água após o treino evitando assim a hiponametria que pode levar a um infarto devido à diluição do sódio e potássio no sangue.

Luciano Andrade 44 99381043
A melhor forma de se hidratar é fazer da forma correta evitando assim a ingestão de substâncias que em vez de melhorar o rendimento pode fazê-lo piorar, verifique sempre a temperatura antes de  sair para treinar e faça uma programação de hidratação do treino em questão.

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